Chegamos em Tromsø cheios de expectativa pela manhã. Durante o voo, já começamos a nos preocupar com o tempo: precisávamos do céu limpo para ter a chance de ver a Aurora Boreal. Mas quando o avião começou a descer, percebemos que estávamos atravessando uma grossa camada de nuvens densas, muita neve e névoa! Um inverno branco e cinza!
Já no aeroporto, descobrimos que a
palavra “inóspito” foi inventada para descrever esse lugar. A impressão era que
estávamos desembarcando em um deserto, no meio do nada. E a
realidade é mais ou menos essa mesmo.
Tromsø é uma cidadezinha que fica a mais de 1.500km ao norte
de Oslo, a capital da Noruega, localizando-se acima do círculo polar ártico. O branco da neve
dominava completamente a paisagem e fazia muito frio. O asfalto estava coberto de neve e era
preciso ter cuidado para não escorregar até chegar no taxi, onde o motorista
abriu o porta malas e nos mostrou onde deveríamos guardar nossas bagagens,
deixando claro que não iria nos ajudar com o peso. Hahaha
Chegamos no hotel ainda meio espantados com a paisagem e com o frio que
nos aguardava. Mais uma vez, nos equilibrando para não escorregar no asfalto
molhado, chegamos ao Hotel Amalie. Os hotéis em Tromsø são bem caros (mais
ainda do que em Bergen) e o Amalie foi um bom custo x benefício. Pequeno, mas aconchegante
e bem localizado. Nosso quarto era pequenininho, mas com uma enorme janela de
vidro, que era o “tchan” do lugar e nos dava uma vista muito simpática da cidadezinha.
Nesse primeiro dia fizemos apenas o “reconhecimento do gramado”. Passeamos
pelas proximidades do hotel impressionados com a quantidade de neve nas ruas.
Eram enormes camadas. No lugar que acreditamos ser a rua principal da cidade,
começou um fenômeno que estávamos loucos para presenciar. Mas calma! Ainda não era a Aurora
Boreal. (É beeem mais complicado encontrá-la). Estamos falando de uma nevasca - ou pelo menos era essa a nossa impressão! hahaha. Ficamos deslumbrados com aquela
grande quantidade de flocos grossos que caíam e se acumulavam em nossos gorros e casacos.
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Vista da nossa janela |
Os moradores que passavam por ali, apressados para se livrar da neve, observavam com cara de interrogação o casal aqui de braços abertos no meio da rua e às vezes até com a
boca aberta (língua pra fora e tudo!) para tentar “comer” a neve que caía. Não estávamos nem aí. Amamos aquela
experiência nova.
Depois de comer muito gelo e tirar muitas fotos, voltamos pro conforto
do nosso hotel e ficamos horas (ok, vários minutos) observando aquela nevasca
pelo janelão do nosso quarto. Era como assistir um espetáculo de camarote.
Muito divertido observar as pessoas tentando esconder o rosto da neve que àquela
hora vinha acompanhada de bastante vento. Mal sabíamos qua ainda passaríamos
por situação idêntica dois dias depois.
Naquele fim de tarde, gastamos
muito tempo tentando resolver se deveríamos ou não pegar uma excursão naquela noite para caçar a
aurora boreal. Sabíamos que a
condição climática era muito desfavorável para observar o fenômeno, que exige céu totalmente limpo. Por outro lado, e se o tempo continuasse ruim nos próximos dias? Depois de muita dúvida e debate (e muuuita neve na janela) optamos por não caçar a aurora naquela noite e contar com a sorte do dia seguinte, o que acabou se mostrando uma decisão acertada. Soubemos depois que nenhuma das excursões conseguiu encontrar um local com céu limpo para observar o fenômeno naquela noite.
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