Apesar de sempre programarmos
nossas viagens com bastante cuidado e atenção aos detalhes, é difícil escapar
de pelo menos alguma barca furada ao longo de todos os dias. Pois bem... Em
nosso terceiro dia em Tromsø, recebemos logo DOIS enormes carimbos da FUNAI,
dedicados os turistas que acabam caindo em programas de índio.
O dia até que começou legal. Fomos a um
interessante museu de fotografia e fizemos um passeio bem agradável pela cidade, onde vimos uma estátua de um pescador de baleias - nessa região pesqueira é comum encontrar estátuas em homenagem a essas profissões do mar. Também fizemos questão de procurar e conhecer o moderno prédio da prefeitura de Tromsø - o Bernardo adora uma prefeitura!
Pescador de baleias |
Prefeitura |
Porém, quebramos a
cara ao conhecer um dos cartões postais da cidade: a Catedral do Ártico.
Construída em 1965, a Catedral do Ártico (Tromsøysund kirke) é uma igreja de concreto de interessante arquitetura exterior. Antes de sairmos do hotel, perguntamos à recepcionista, uma simpática senhorinha, qual linha de ônibus deveríamos pegar para chegar à catedral. Ela insistiu que poderíamos ir à pé, afirmando que seria uma caminhada curta e que éramos jovens, seria tranquilo para nós! Desconfiamos dessa “caminhadinha”, hesitamos por um momento, mas nos convencemos de que, se aquela vovozinha caminharia até a igreja, nós também poderíamos fazê-lo.
Construída em 1965, a Catedral do Ártico (Tromsøysund kirke) é uma igreja de concreto de interessante arquitetura exterior. Antes de sairmos do hotel, perguntamos à recepcionista, uma simpática senhorinha, qual linha de ônibus deveríamos pegar para chegar à catedral. Ela insistiu que poderíamos ir à pé, afirmando que seria uma caminhada curta e que éramos jovens, seria tranquilo para nós! Desconfiamos dessa “caminhadinha”, hesitamos por um momento, mas nos convencemos de que, se aquela vovozinha caminharia até a igreja, nós também poderíamos fazê-lo.
Que arrependimento!! A caminhada "tranquila" consistia em atravessar uma ponte íngreme de 30 km (ok, na verdade é apenas pouco mais de 1km), totalmente aberta, debaixo de neve e muita ventania para
chegar até a bendita igreja. Vale dizer que se trata da ponte principal da cidade, feita para carros atravessarem sobre o mar, com uma calçada lateral para pedestres malucos (no caso, nós).
Nesse dia, descobrimos que é possível se sentir
congelado e suado ao mesmo tempo.
Apesar de bonita por fora, a catedral não tem nada de interessante por dentro. Só valeu mesmo para nos recuperarmos da caminhada e esquentarmos um pouquinho o corpo. Na saída, a alternativa era pegar um ônibus, já que a ponte da morte a pé estava descartada!
Pois bem... Esperamos 4 horas (ok... Uns 30 minutos) agarradinhos debaixo de ventania e nevasca, apesar da cobertura do ponto de ônibus, absolutamente ineficaz. Naquele momento, entrávamos oficialmente para a AISP (Associação dos índios sem programa), como diria minha mãe. Conquistamos o primeiro carimbo do dia! Mas sobrevivemos!!!
De volta ao conforto do quarto, gastamos muuuuuito tempo tentando decidir se deveríamos pegar de novo uma excursão para a caça à Aurora.
O tempo estava péssimo, os passeios são caros (por volta de US$150 por pessoa) e já tínhamos tido muita sorte na véspera, quando conseguimos ver uma bela Aurora Boreal - nossos guias avaliaram que, em uma escala de 0 a 10, aquela aurora recebera a nota 7, sendo que nunca haviam visto uma "nota 10", mesmo fazendo aquilo diariamente. Teríamos que ser muito sortudos para ter sucesso semelhante por duas noites seguidas... Será que valeria a pena arriscar? Por outro lado, viajamos até o fim do mundo com o objetivo de ver as luzes. E queríamos vê-las o máximo que conseguíssemos. Era o propósito da viagem! Não fazia sentido passarmos a noite no hotel...
Então decidimos sair à caça mais uma vez. E pronto! Segundo carimbo da FUNAI garantido!
Escolhemos uma outra agência para essa segunda tentativa. Contratamos uma senhora muito simpática e sorridente (a Karina, da Scan Adventure) com quem havíamos trocado emails desde que ainda estávamos no Brasil. Ela leva um grupo menor de turistas em um micro ônibus.
Com o dilema "caçar ou não caçar" acabamos decidindo de última hora e saindo às pressas para nos encontrar com a guia. Para não nos atrasarmos ainda mais (feio, né?), o Bernardo correu em um delivery próximo para comprar uma pizza, que levamos pra van e fomos comendo no caminho (super sem graça com o cheiro de muçarela e orégano que se espalhava pelo carro). A gente detesta incomodar as pessoas, então nosso desconforto começou aí.
Então partimos estrada a fora para ver neve, neve e mais neve. Em determinado momento fizemos uma parada em uma espécie de estacionamento para atacar o lanchinho que nossa guia havia preparado - bolos, café, chá e chocolate quente - e esperar um pouco para ver se o tempo melhorava. Depois seguimos em frente e, por fim, havíamos dirigido por mais de 7 horas em busca de um céu claro, mas não chegamos nem perto disso.
Tivemos muita pena do grupo que estava conosco na van. Eram senhores e senhoras munidos de câmeras fotográficas com tripés enormes voltando pros seus hotéis absolutamente frustrados. Chegamos ao nosso quarto de madrugada, sem fotos ou suspiros. Fazer o que... Poderíamos arrepender se não tivéssemos tentado.
A ponte à esquerda com a Igreja ao final (triangular) |
Apesar de bonita por fora, a catedral não tem nada de interessante por dentro. Só valeu mesmo para nos recuperarmos da caminhada e esquentarmos um pouquinho o corpo. Na saída, a alternativa era pegar um ônibus, já que a ponte da morte a pé estava descartada!
Catedral do Ártico por fora... |
... e por dentro. |
Pois bem... Esperamos 4 horas (ok... Uns 30 minutos) agarradinhos debaixo de ventania e nevasca, apesar da cobertura do ponto de ônibus, absolutamente ineficaz. Naquele momento, entrávamos oficialmente para a AISP (Associação dos índios sem programa), como diria minha mãe. Conquistamos o primeiro carimbo do dia! Mas sobrevivemos!!!
Tentando sorrir na saída da Igreja, com a fatídica ponte ao fundo. |
O tempo estava péssimo, os passeios são caros (por volta de US$150 por pessoa) e já tínhamos tido muita sorte na véspera, quando conseguimos ver uma bela Aurora Boreal - nossos guias avaliaram que, em uma escala de 0 a 10, aquela aurora recebera a nota 7, sendo que nunca haviam visto uma "nota 10", mesmo fazendo aquilo diariamente. Teríamos que ser muito sortudos para ter sucesso semelhante por duas noites seguidas... Será que valeria a pena arriscar? Por outro lado, viajamos até o fim do mundo com o objetivo de ver as luzes. E queríamos vê-las o máximo que conseguíssemos. Era o propósito da viagem! Não fazia sentido passarmos a noite no hotel...
Então decidimos sair à caça mais uma vez. E pronto! Segundo carimbo da FUNAI garantido!
Escolhemos uma outra agência para essa segunda tentativa. Contratamos uma senhora muito simpática e sorridente (a Karina, da Scan Adventure) com quem havíamos trocado emails desde que ainda estávamos no Brasil. Ela leva um grupo menor de turistas em um micro ônibus.
Com o dilema "caçar ou não caçar" acabamos decidindo de última hora e saindo às pressas para nos encontrar com a guia. Para não nos atrasarmos ainda mais (feio, né?), o Bernardo correu em um delivery próximo para comprar uma pizza, que levamos pra van e fomos comendo no caminho (super sem graça com o cheiro de muçarela e orégano que se espalhava pelo carro). A gente detesta incomodar as pessoas, então nosso desconforto começou aí.
Então partimos estrada a fora para ver neve, neve e mais neve. Em determinado momento fizemos uma parada em uma espécie de estacionamento para atacar o lanchinho que nossa guia havia preparado - bolos, café, chá e chocolate quente - e esperar um pouco para ver se o tempo melhorava. Depois seguimos em frente e, por fim, havíamos dirigido por mais de 7 horas em busca de um céu claro, mas não chegamos nem perto disso.
Tivemos muita pena do grupo que estava conosco na van. Eram senhores e senhoras munidos de câmeras fotográficas com tripés enormes voltando pros seus hotéis absolutamente frustrados. Chegamos ao nosso quarto de madrugada, sem fotos ou suspiros. Fazer o que... Poderíamos arrepender se não tivéssemos tentado.
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