SEGUNDO DIA EM TROMSØ
A Aurora Boreal é um fenômeno complicado de se entender. Em poucas palavras e termos leigos, vamos tentar resumir:
Quando os ventos solares chegam até a Terra, são atraídos para os pólos magnéticos e colidem com a nossa atmosfera. Essa colisão excita as partículas dos ventos, o que cria uma reação que emite luz. Assim, o fenômeno está acontecendo o tempo todo, mas só nas condições e locais ideais conseguimos enxergá-lo.
Quando os ventos solares chegam até a Terra, são atraídos para os pólos magnéticos e colidem com a nossa atmosfera. Essa colisão excita as partículas dos ventos, o que cria uma reação que emite luz. Assim, o fenômeno está acontecendo o tempo todo, mas só nas condições e locais ideais conseguimos enxergá-lo.
Tromsø tem esse "o" cortadinho e charmoso e é a oitava maior cidade na Noruega, com 70 mil habitantes, sendo a maior área urbana do norte do
país. É uma cidade universitária, com grande número de
jovens.
Graças à sua localização (acima do círculo polar ártico), além de ser um dos melhores lugares do mundo para se ver a Aurora Boreal, a cidade é também um ótimo ponto para presenciar um outro fenômeno natural interessante: o sol da meia-noite. Entre o final de abril e meados de agosto não escurece completamente em momento algum e o sol pode ser visto acima da linha do horizonte à meia-noite entre maio e julho.
Por isso foi importante escolher a data para nossa caça à Aurora com muito cuidado. Escolhemos março, já no final do inverno, mas ainda com escuridão suficiente.
Em plena luz do dia, obviamente é impossível conseguir ver qualquer sinal das luzes. Sendo assim, durante nosso segundo dia na cidade fomos bater perna por "Trumsá" (descobrimos que essa é a pronúncia em norueguês. Achamos muito feia e continuamos falando "Tromso" mesmo).
Fomos caminhando até o Polaria, uma espécie de museu, que é uma das principais atrações da cidade. O prédio tem um formato muito interessante, que representa blocos de gelo gigantes derrubados pelo mar do ártico. Lá encontramos atrações distintas. As mais interessantes são um enorme aquário com leões marinhos e focas amestrados e um cinema com tela de 180° mostrando a vida no ártico e o fenômeno da aurora boreal.
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(fonte: Wikipedia) |
(fonte: Wikipedia) |
Graças à sua localização (acima do círculo polar ártico), além de ser um dos melhores lugares do mundo para se ver a Aurora Boreal, a cidade é também um ótimo ponto para presenciar um outro fenômeno natural interessante: o sol da meia-noite. Entre o final de abril e meados de agosto não escurece completamente em momento algum e o sol pode ser visto acima da linha do horizonte à meia-noite entre maio e julho.
Por isso foi importante escolher a data para nossa caça à Aurora com muito cuidado. Escolhemos março, já no final do inverno, mas ainda com escuridão suficiente.
Em plena luz do dia, obviamente é impossível conseguir ver qualquer sinal das luzes. Sendo assim, durante nosso segundo dia na cidade fomos bater perna por "Trumsá" (descobrimos que essa é a pronúncia em norueguês. Achamos muito feia e continuamos falando "Tromso" mesmo).
Fomos caminhando até o Polaria, uma espécie de museu, que é uma das principais atrações da cidade. O prédio tem um formato muito interessante, que representa blocos de gelo gigantes derrubados pelo mar do ártico. Lá encontramos atrações distintas. As mais interessantes são um enorme aquário com leões marinhos e focas amestrados e um cinema com tela de 180° mostrando a vida no ártico e o fenômeno da aurora boreal.
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Polaria |
Voltando do passeio, fomos procurar uma excursão para tentar ver as "northern lights" naquela noite. Existem várias agências na cidade e até guias independentes que levam os turistas para a caça. Uma curiosidade é que, diante de tantos obstáculos, os profissionais usam mesmo a expressão "caça", como em "aurora hunting". As agências monitoram constantemente as condições climáticas em toda a região e também a atividade solar para tentar prever a intensidade das luzes e o melhor ponto para vê-las.
Segundo a propaganda que fazem, os guias não medem esforços para que os turistas consigam se deslumbrar com a Aurora. Dizem que, se preciso, dirigem centenas de quilômetros, podendo chegar na fronteira com a Finlândia para conquistarem o objetivo. Mas sempre alertando que se trata de um fenômeno da natureza e não podem nunca garantir que vamos conseguir ver as luzes...
Pois bem... Encontramos uma agência bastante profissional chamada NorthernShots Tours, de uns italianos, que
nos convenceram de que aquela noite seria uma boa pedida para a caçada. O guia reiterou que não poderia garantir (sim, ouvimos isso muitas vezes), mas pelas previsões,
aquela deveria ser uma das melhores noites da última semana para tentar a sorte.
Por volta das 18h, depois de vestirmos 5 camadas de roupa cada um, fomos ao ponto de
encontro da excursão, onde havia 4 ônibus (!!!) aguardando os turistas.
Embarcamos, cruzamos os dedos e saímos pela estrada. O tempo estava péssimo e por dezenas de quilômetros só víamos neve no pára brisas do ônibus! Era muito desanimador...
Embarcamos, cruzamos os dedos e saímos pela estrada. O tempo estava péssimo e por dezenas de quilômetros só víamos neve no pára brisas do ônibus! Era muito desanimador...
O guia era também fotógrafo (a empresa vende fotos profissionais tiradas dos turistas com a aurora ao fundo) e foi explicando um pouco sobre a ciência por trás do fenômeno e dando dicas de como tentar registrar as luzes com nossas próprias câmeras - o que não é nada simples e a Bárbara estava disposta a tentar, munida de algumas anotações e uma câmera semi profissional.
O tempo foi passando e quando a gente menos esperava, um dos guias pegou o microfone do ônibus e anunciou que acabara de receber informações de que o céu iria abrir numa determinada direção há alguns quilômetros de onde estávamos. Iríamos parar em aproximadamente 15 minutos. Todos se animaram e comemoraram!
O tempo foi passando e quando a gente menos esperava, um dos guias pegou o microfone do ônibus e anunciou que acabara de receber informações de que o céu iria abrir numa determinada direção há alguns quilômetros de onde estávamos. Iríamos parar em aproximadamente 15 minutos. Todos se animaram e comemoraram!
Em pouco tempo os ônibus encostaram na estrada e os guias
nos informaram que ali seria o ponto onde deveríamos torcer para a aurora
boreal aparecer. O que vimos ao descer do ônibus foi absolutamente impressionante. Um
céu completamente limpo, sem nenhum sinal de nuvens, com a maior quantidade de estrelas que já tínhamos visto, sobre uma praia meio congelada.
Como se não bastasse, fomos premiados com uma estrela cadente enorme cruzando todo o céu no exato momento em que olhamos para cima e nossos olhos se ajustaram à escuridão. Parece mentira, nós sabemos. Mas aconteceu.
Descemos para a praia enterrando as pernas até quase os joelhos na neve. A paisagem já era bonita o suficiente, mas ainda queríamos mais. Olhávamos para cima, por todos os lados do céu quando, em menos de 5 minutos, a Aurora Boreal começou a aparecer no céu da Noruega. Como uma névoa densa, as luzes do norte estavam ali, dançando na nossa frente.
Arriscamos algumas fotos amadoras e descobrimos, muito surpresos, que as luzes saem muito mais coloridas nas fotos. Aprendemos que nossos olhos enxergam menos cores do que a lente da câmera, por isso as imagens que vemos por aí tem cores mais intensas do que a realidade.
Ainda assim, era lindo e fascinante. Ficamos naquele frio congelante por mais de uma hora observando o movimento das luzes no céu.
Essas foram algumas tentativas amadoras de registrar o fenômeno:
E essa foi a foto que compramos com a NorthernShots (clique para aumentar):
Como se não bastasse, fomos premiados com uma estrela cadente enorme cruzando todo o céu no exato momento em que olhamos para cima e nossos olhos se ajustaram à escuridão. Parece mentira, nós sabemos. Mas aconteceu.
Descemos para a praia enterrando as pernas até quase os joelhos na neve. A paisagem já era bonita o suficiente, mas ainda queríamos mais. Olhávamos para cima, por todos os lados do céu quando, em menos de 5 minutos, a Aurora Boreal começou a aparecer no céu da Noruega. Como uma névoa densa, as luzes do norte estavam ali, dançando na nossa frente.
Arriscamos algumas fotos amadoras e descobrimos, muito surpresos, que as luzes saem muito mais coloridas nas fotos. Aprendemos que nossos olhos enxergam menos cores do que a lente da câmera, por isso as imagens que vemos por aí tem cores mais intensas do que a realidade.
Ainda assim, era lindo e fascinante. Ficamos naquele frio congelante por mais de uma hora observando o movimento das luzes no céu.
Essas foram algumas tentativas amadoras de registrar o fenômeno:
E essa foi a foto que compramos com a NorthernShots (clique para aumentar):
Voltamos para o hotel muito satisfeitos e realizados, já de madrugada, após algumas horas de estrada. Já
estávamos fazendo planos para a caçada do dia seguinte...
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